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ÉDIPO NO DIVÃ: O encontro dos gêneros e das sexualidades dissidentes com os conceitos psicanalíticos

  • Foto do escritor: Rudiran Messias
    Rudiran Messias
  • 18 de jan. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 22 de mar. de 2022



Apresentado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul como trabalho de conclusão do curso de Psicologia, "Édipo no divã" apresenta uma revisão de conceitos centrais como os de sexualidade e de gênero, bem como do complexo de Édipo enquanto centralizador da técnica terapêutica. O estudo aborda conceitos básicos (instinto, pulsão, narcisismo, psicose e perversão, evidenciando a subjetividade e a falta de rigor teórico envolvidas na patologização dos gêneros e das sexualidades dissidentes.


Esse trabalho, além de ser uma investigação teórica sobre o atendimento às pessoas LGBTQIAP+, me levou ao estudo de aspectos pertinentes à temática na história do movimento psicanalítico. Busquei questionar em que pontos psicanálise seria usada como um dispositivo heteronormativo e de subjetivação do indivíduos, bem como buscar quais conceitos e intervenções clínicas podem auxiliar no auxílio dessa população.


O resultado desse estudo me levou a um aprofundamento na psicanálise como teoria, método e técnica, servindo também como um balizador para o meu trabalho clínico junto a todos os tipos de pacientes, desenvolvendo uma clínica com viés não-patologizador e buscando a emancipação das subjetividades.


Resumo do artigo


O século XXI tem sido marcado pela multiplicidade de expressões da sexualidade e do gênero, promovida por movimentos sociais (feminismo, movimento gay, entre outros). Essas mudanças têm sido acompanhadas pelos estudos de diversas áreas epistêmicas: sexólogos, antropólogos, filósofos têm procurado entender o ser humano tendo como eixo a sexualidade – e para isso recorrem à psicanálise. No fazer psicanalítico, acompanhar essas mudanças sociais leva a uma revisão de conceitos centrais como os de sexualidade e de gênero, bem como do complexo de Édipo enquanto centralizador da técnica terapêutica. Uma análise que envolve conceitos básicos (instinto, pulsão, narcisismo, psicose e perversão), e que evidencia a subjetividade e a falta de rigor teórico envolvidas na patologização dos gêneros e das sexualidades dissidentes. O questionamento sistemático desses conceitos suscita pensar em que medida a atividade terapêutica está a serviço da subjetivação ou da sujeição dos indivíduos e favorece o desenvolvimento de uma escuta mais empática. Existem diversas intersecções possíveis entre a psicanálise, os estudos de gênero, os estudos feministas e os estudos queer. Os aportes teóricos resultantes dessas interlocuções propiciam que se amplie o entendimento sobre a sexualidade e sobre o gênero, com avanços para a teoria e a técnica. A disposição para a escuta dessas subjetividades e a promoção de questionamentos dos valores impostos socialmente implicam em capacidade de continência que está para além de binarismos. Envolve suportar a dúvida e sustentar formas de existência que transcendem o que é assumido como estável. Não são apenas as formas de vivência sexuada que estão em transição: os conceitos psicanalíticos e o entendimento humano a respeito da psique também estão transicionando. As discussões e teorizações decorrentes dessa evolução na psicanálise são mecanismos retroalimentados de ampliação do entendimento da vivência humana em sua singularidade e podem apontar para mudanças sociais cada vez mais amplas.





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